Woodstock

Todo Planeta tem seu fim. E isso não é sobre o colapso do clima, afinal, diferentes tipos de vida vêm e vão, enquanto o mundo continua a existir. Faço alusão indireta à música que amo da banda Los Hermanos, que diz: “todo Carnaval tem seu fim“, para contar que fui à 27ª edição do Planeta Atlântida (poderia ter sido a edição 30 não fosse a pandemia).

Há muitos festivais no Brasil e ao redor do planeta. Um, em especial, é considerado o mais importante da história. Refiro-me ao Woodstock, realizado em uma fazenda de Bethel, uma pequena cidade do estado de Nova York (EUA). O ano era 1969, o mês era agosto e os dias eram 15 e 18. Estima-se que passaram de 450 a 500 mil pessoas por lá. Jimi Hendrix, Janis Joplin e The Who estão entre os nomes que subiram ao palco. 

Inicialmente pensado para ser um festival de música, o Woodstock virou uma catarse coletiva no clima paz e amor da era hippie. E se tornou um movimento de protesto, de uma geração inteira revoltada com o momento de escalada militar da guerra do Vietnã e a ameaça de destruição nuclear da guerra fria. Alguma semelhança com os dias de hoje? Infelizmente, sim.

Com o tempo, apesar de a mídia e todos nós passarmos a “normalizar” as guerras, elas continuam. Na Ucrânia já é o terceiro ano. No Oriente Médio, entre Hamas e Israel, se passaram 4 meses. E temos, ainda, a iminência de uma nova guerra fria

O que acontece de diferente, porém, é que naquela época houve uma revolução de costumes em um contexto de desconforto com o mundo. A tal da contracultura. O desejo por liberdade, a custo, também, das drogas psicodélicas, é verdade.

Mas hoje, diante da realidade do mundo, nós estamos fazendo o quê? Picuinhas ideológicas/político-partidárias e brigando nas redes sociais. Que m*, ein? Mas e Planeta Atlântida, o que tem a ver?

O maior festival do Sul do país teve como definição a seguinte frase: “Sensação de pertencimento. É isso que define o Planeta 2024, que uniu diferentes pessoas, tribos e gêneros musicais…”. E foi essa a sensação que tive lá.

Enquanto houver festivais e carnavais haverá otimismo para pensar que, se ainda somos capazes de reunir multidões, esquecer nossas diferenças e cantar juntos, conseguiremos superar qualquer coisa para reconstruir o Brasil em diferentes circunstância. Podemos até não estar fazendo uma revolução hippie nem tão revoltados com os horrores das guerras, mas, ainda sim, poderemos lembrar que temos esse potencial. E, se todo Carnaval e todo Planeta Atlântida têm seu fim, as guerras também. Assim esperamos.

No episódio desta semana do podcast Bá que papo, falamos sobre a nossa experiência no Planeta Atlântida 2024 e os shows de Luísa Sonza com Duda Beat, Pedro Sampaio, Thiaguinho, Paralamas do Sucesso, Alok, entre outros. 

Além disso, comentamos a cerimônia do Grammy os vencedores nas principais categorias. Ouça agora no Spotify clicando aqui. 

Para ler outros textos da coluna Bá experiência, acesse este link.

Bá experiência por Diogo Zanella do Estúdio Telescópio

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