Atriz, bailarina, pesquisadora, apresentadora, massoterapeuta e dubladora, Fera Carvalho Leite – nome artístico que adotou recentemente – começa o ano com maratona de apresentações da sua VELHA D+.

Hoje ainda restam poucos lugares na apresentação das 21h no Espaço Gourmet da SABA e na semana que vem, no próximo sábado, dia 20/1 ela estará em cartaz na SAPT, também às 21h. Do Litoral Norte, Fera fará quatro apresentações pelo tradicional e esperado festival de teatro Porto Verão Alegre, dia 24/1 no Sesc de Canoas e nos dias 30/1, 31/1 e 1º/2 na cidade natal, no Teatro do Centro Histórico Cultural Santa Casa.

Quem ainda não assistiu o monólogo VELHA D+ com Fera Carvalho Leite tem programa certeiro para janeiro. O texto de Bob Bahlis e Fera Carvalho Leite tem a direção de Bob. Feminista e anti-idadista, a peça é excelente e vem lotando todas as sessões desde a sua estreia em setembro de 2021. No palco Fera trata de questões sobre o envelhecimento da mulher e das pressões que mulheres sofrem ao amadurecer numa sociedade machista e idadista. Com mais de 40 anos, num casamento que sobreviveu à pandemia, Ella vive o luto pela perda da avó, na casa na floresta onde foi criada pela avó, e reflete sobre a perigosa distância que existe entre o que sente com a passagem do tempo e o que está de fato preparada em relação a isso. Com densidade e leveza, a personagem encontra-se com sua alma ancestral e seu espírito jovem e selvagem na busca de sua identidade e de uma bênção para ser quem ela é. Um ritual, uma cura, um movimento para dentro de si, para depois seguir adiante, mais livre, mais feliz.

Bela, valente, criativa e multitalentosa, as palavras fazem parte da trajetória de Fernanda. Desde pequena a escrita sempre foi um processo de cura e desabafo. Filha de um jornalista e de uma assistente social, ela lembra de crescer nas redações ao lado do pai. Hábito que levou para a vida, já que é uma profissional que além de criar, atuar e produzir sempre foi a principal e adorável divulgadora dos próprios projetos e espetáculos. Surfista, moleca, encaracolada e dourada, formou-se em biologia na federal gaúcha em 1997. Mas desde 1992 já atuava como bailarina e atriz em Porto Alegre, onde nasceu.

Tive o prazer e a sorte de acompanhar de pertinho, e sempre na torcida, boa parte das conquistas dessa Fera linda e incansável produtora cultural e assessora de imprensa dos próprios sonhos. Com o mesmo sorriso empolgado e seus doces e atentos olhos verdes, vibra tanto falando de Lili Inventa o Mundo, um de seus primeiros personagens no teatro, quanto explicando fascinada sobre a importância do Contato e Improvisação, técnica de dança contemporânea que a encantou em um curso em NY e que em 2001 ganhou sua atenção para sempre. Em 2004, foi o tema central de sua monografia da Especialização em Pedagogias do Corpo e da Saúde, quando lançou, na revista Movimento, um artigo sobre Contato e Improvisação, praticamente inédito na língua portuguesa. Esse texto é referência acadêmica de estudiosos de dança, bailarinos e coreógrafos. Ela é mãe amorosa de Juan, filho que teve com o marido, chef e empresário Eduardo Sehn.

Premiada, reconhecida e articulada na cena cultural da cidade, ela tem no currículo mais de 20 filmes, vários trabalhos na TV, 15 peças de teatro e 14 espetáculos de dança, vários deles da época em que integrou a Anima Cia de Dança, da coreógrafa Eva Schul. Além das temporadas de teatro, Fera também tem se dedicado a condução de dinâmicas coletivas de comunicação não-violenta por meio da arte e do autoconhecimento. (Mariana Bertolucci)

Foto Vilmar Carvalho / Sandra Pilla

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