O transgressor Lied Ballet, criado pelo coreógrafo Thomas Lebrun, aborda uma forma de dança livre, que aceita diferentes influências e abre um leque de possibilidades coreográficas. Uma dança que desafia dicotomias entre clássico e contemporâneo, preciso e abstrato, e tenta encontrar o seu próprio lugar nas entrelinhas. O espetáculo vem pela primeira vez ao Brasil, passando por Porto Alegre nesta sexta-feira (7), no Teatro do Bourbon Country.

Apresentado em três atos, une duas grandes referências do período romântico em roupagem atual: o Lied, palavra de origem alemã e de gênero neutro, que representa a música erudita cantada sobre poema estrófico, e o Ballet. Os temas românticos Lieder são transformados em movimento, criando uma escrita coreográfica que começa com mímica e termina em abstração. No final, tudo se conjuga num grande coro desafiando gêneros e categorias, expressando fundamentalmente a confiança do artista no corpo dançante.

No palco, são oito dançarinos que, juntos, fazem de si um legado coreográfico e musical, afirmando-se, como Lebrun descreve: “Não tanto como criadores, mas como fabricantes, atores, reatores, transmissores de uma história que não podemos controlar, que nos carrega e nos alimenta”.

Fotos: Frédéric Iovino

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