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MARCIA BRUN

Ligeiramente encabulada, a loirinha altiva espiava adultos de baixo para cima em Cascavel, no oeste paranaense, onde passou a infância. Sapeca e corajosa, o temperamento ativo, a alegria e liderança anunciavam um jeito especial de lidar com as pessoas. O que a vida acabaria por comprovar. Márcia Bürst Brun é cheia de amigos, alegre, intuitiva, se dedica para a família e é uma mulher forte e decidida. Advogada, empresária e mãe dos gêmeos Antonella e Lucca (24) Arthur (11), que aos 2 anos foi diagnosticado autista. Ela sente orgulho do que construiu, principalmente dos filhos. Além da rotina de trabalho, na última década a dedicação ao caçula tem sido sua prioridade: “Só eu sei o que eu sinto pelo meu filho e as pessoas não imaginam o amor e gratidão que eu tenho em relação a ele.” Especialmente nesse mês, marcado pelo Dia Internacional da Conscientização do Autismo, no último dia 2, a fala de Márcia reafirma que autismo está aí, crescendo, veio para ficar e ninguém vai passar ileso a nova realidade: “A vida ensina, às vezes de uma forma não muito gentil. O autismo é uma oportunidade para melhorarmos, lembrarmos de valores como amor incondicional, transparência, ingenuidade e bondade. Coisas que esquecemos.” Não enquanto você, minha amiga, estiver aqui para nos lembrar e inspirar lindamente. Obrigada!

Quando sentiu a vocação para advocacia?

Defender os direitos vem da infância. Meu senso de justiça sempre foi muito forte. Detesto injustiça, maldade e mentira desde pequena.

O Arthur te ensina e desafia como mãe e ser humano?

Receber o diagnóstico é um processo de fases: negação, aceitação e enfrentamento. Agora é mais fácil porque já passei, né? Mas acho que não tive muita negação. Me veio um ímpeto do que fazer diante da nova realidade, e como fazer, e partir para a luta. O autismo não é linear, tem fases boas, fases complicadas, fases muito difíceis e isso ensina. Apesar das pessoas só pensarem nas dificuldades, que não são poucas, obviamente, a condução de um filho com autismo nos ensina a sermos resilientes, a priorizarmos as lutas que merecem ser enfrentadas. A valorar melhor as virtudes da vida. O autismo não é uma sentença de sonhos frustrados, Mari. É uma oportunidade para que nos tornemos pessoas melhores. O Arthur me afoga de amor, me traz plenitude. Como é que eu não vou me sentir grata com essa nova oportunidade.

Qual seu maior medo?

Sem dúvida é morrer. Tenho uma persistente angústia em relação a isso. Um medo de quando eu faltar, o Arthur não seja atendido e compreendido como eu gostaria. Eu sei do amor dos irmãos por ele, mas os gêmeos também vão ter suas vidas, profissões, famílias. Tenho medo que ele sinta solidão e desesperança. É angustiante conviver com isso. Acredito que toda a mãe de filho especial tem medo de morrer.

Hoje há mais informação e aceitação com as pessoas especiais. O preconceito acabou ou ainda existem olhares enviesados? O que você faz?

Hoje tem informação sobre o autismo. Movimentos para chamar atenção, mas pouco as pessoas conseguem realmente nos compreender. O preconceito existe e sempre vai existir. Não tem jeito, faz parte do ser humano, isso é darwinismo. Os olhares enviesados ex istem. Mais pela ignorância das pessoas. Como o autismo não traz características físicas, olham enviesadas porque acham que são crianças mal educadas, sem limites e mimadas. Eu costumo conversar e explicar e a reação sempre muda. Não sei se por constrangimento ou por compaixão, depende do que tem dentro de cada um, mas começam a tratar o Arthur com carinho e atenção. Eu recebo olhares de piedade principalmente em ambientes com pais e filhos. Isso já não me incomoda mais e nem sei te dizer se algum dia me incomodou. Porque eu sei que cada pessoa tem sua limitação. O ser humano é propenso a uma certa onipotência.

O que pas sar para os teus trê s amores ?

A necessidade de sermos pessoas boas, honestas e humildes e tratar todos de forma absolutamente igual. Que estudem, sejam cultos e felizes por obrigação. Quanto melhores “pessoas” eles forem, melhor a vida será para eles.

A beleza incomoda?

Nunca. A beleza é um teste. As pessoas belas tendem a achar que a vida se resume a isso. Quem vai além, passa no teste.

Trabalho marcante?

Um processo que durou uns 12 anos em que defendi uma mãe de filho especial.

A graça da vida é…

A certeza de que ela é uma oportunidade de aprender e evoluir e que a próxima vida será melhor. Se nesta fizermos o bem e algo por um mundo mais humano.\

MARCOS BREDA

Ator, produtor, diretor, astrólogo, colorado apaixonado pelo Inter e pelas corridas de kart, Marcos Antônio Dornelles Breda está há quase 40 anos radicado no Rio de Janeiro, mas segue sempre conectado aos amigos e os hábitos gaúchos. Graduado em Letras pela UFRGS (1990) e mestre em Teatro pela UNIRIO (1999), ainda era estudante, no início da década de 1980, quando começou a fazer teatro e pequenas atuações em filmes porto-alegrenses. Em 1983 entrou no grupo teatral Vende-se Sonhos e participou das criações coletivas Trenaflor Das duas, uma. Em 1985 integrou-se ao elenco do grande sucesso do teatro gaúcho Bailei na curva. Em 1986, chamado para protagonizar, ao lado de Malu Mader, o filme Feliz Ano Velho, e pelo qual recebeu o prêmio de Melhor Ator no Festival de Gramado. Foi para São Paulo e, em seguida, para o Rio de Janeiro, de onde não saiu mais e nasceram os filhos Jonas (22) e Daniel Breda (17). Tornou-se conhecido em todo o país com a novela Mandala, da TV Globo e nunca mais parou de atuar, criar e dar vida a centenas de personagens. Encenou mais de 30 peças e está em pelo menos 31 produções cinematográfica s, participo u de mais de 50 novelas, séries e programas de televis ão. Multitalentoso, carismático e inquieto, o porto-alegrense é amoroso e um entusiasta contagiante da vida. Por onde passa, Porto Alegre ou qualquer outro canto do país, deixa amigos saudosos, admiradores de sua volumosa obra impressionados com tanta simpatia e paixão. Bem libriano! Aparece logo Bredinha!

Quai s os projetos para 2024?

Estou gravando a série A Rainha da Pérsia, da RecordTV com direção de Léo Miranda, até a metade desse ano da graça de 2024. Em junho, deve estrear a série Estranho Amor, também da RecordTV com direção de Ajax Camacho. Já o segundo semestre deverá ser eminentemente teatral. Devo estrear em agosto o espetáculo Mais Esperto que o Diabo, baseado no romance homônimo de Napoleon Hill. A peça deve estrear em São Paulo e ainda pretendo conciliar as apresentações com uma nova temporada – em dias alternados – do meu monólogo O Homem e a Mancha, de Caio F. Abreu. Pelo andar da carruagem devo fazer teatro de terça a domingo durante vários meses. Sorte minha.

E o momento astrológico do mundo, o que observar?

Estudo Astrologia desde 1987 e dou consultas astrológicas quase todos os dias desde 2020. É minha segunda profissão, que exerço com a mesma paixão e prazer, tal e qual meu trabalho com a arte. O momento astrológico pelo qual passamos é muito poderoso e raro. Tem muita coisa simbólica acontecendo nos céus, claro, mas a grande “vedete” de 2024 é, sem dúvida, a entrada de Plutão no signo de Aquário. A última vez que tal coisa aconteceu marcou nada menos que a Independência dos Estados Unidos e o início da Revolução Francesa. É um evento que se repete aproximadamente a cada 250 anos e tais acontecimentos históricos do Passado podem nos dar uma boa ideia da mudança de paradigma planetário simbólico associado ao nosso Presente. O trânsito renderia muitas páginas de reflexão, mas resumindo eu diria que nos próximos 20 anos teremos que aprender a “vergar para não quebrar”. A magnitude, natureza e alcance das mudanças no futuro a curto e médio prazo é inimaginável e seremos convidados a nos adaptar de um jeito ou de outro.

Como está o momento pós-acidente (de moto)… que foi algo tão forte, né?

Lembrando sempre o s ábio Darwin, que preconizava: “As espécies que sobrevivem não são necessariamente as mais fortes, mas sim as mais adaptáveis às mudanças.” Darwin sabia das coisas. Já o meu acidente…aconteceu em 6 de maio de 2022 e hoje – 22 meses e seis cirurgias depois – estou quase 100% recuperado. Foi uma LONGA e dolorosa jornada noite afora, mas o pior já passou. Mesmo. Sou um cara de sorte.

Você é um gaúcho carioca que não deixou nunca as origens de lado. O que inspira você aqui da nossa terra e o que incomoda?

Moro no Rio de Janeiro desde 1987, mas continuo sendo essencialmente um gaúcho. Nem sequer consegui começar a torcer por um time carioca durante esses anos, pois continuo sendo um “colorado raiz”. Em minha modesta opinião, nós (gaúchos) não somos melhores nem piores do que cariocas, paulistas, mineiros, pernambucanos etc, somos diferentes. Temos uma certa “rigidez melodramática” (por conta da cultura de nossos vizinhos cisplatinos, talvez) que nos torna resilientes, obstinados e valentes, mas também um tanto caretas, conservadores e preconceituosos. Nossa índole é nossa maldição, mas também a nossa redenção, creio. Como sempre, “a diferença entre remédio e veneno reside na dosagem.”

Se o médico lhe desse 5 anos de vida o que você tentaria realizar?

Para responder a essa pergunta, vou pedir licença aos Titãs para citar a letra de uma música deles que adoro e que – não por acaso – se intitula “Epitáfio”: “Devia ter amado mais. Ter chorado mais. Ter visto o sol nascer. Devia ter arriscado mais. E até errado mais. Ter feito o que eu queria fazer…”

NOTAS DA SEMANA

TÊNIS, LONAS E BALANÇOS

Com visita guiada pela artista, será inaugurada no próximo dia 13 no Átrio da Fundação Iberê Camargo a primeira individual de Luciana Maas em um museu. Com curadoria de José Augusto Pereira Ribeiro, Balanço reúne pela primeira vez, as três principais séries a que a paulista se dedicou nos últimos 15 anos: os Tênis, as Lonas, e os Balanços. Todas em grandes formatos, os 20 trabalhos, – em cartaz até 9 de junho – são um mergulho profundo no imaginário da artista, que pintou somente tênis de 2010 a 2015. Em Lonas, ela aposta em grandes abstrações a lá Jackson Pollock. Luciana usa também as mãos e sprays. Para o curador e proprietário da Galeria Projeto Vênus, Ricardo Sardenberg, é visível a influência de Iberê no seu “pintar quase em estado de confronto”. Nascida em 1984, Luciana é arquiteta urbanista, pinta há mais de 20 anos e também bebe na fonte do neoexpressionismo e da arte alemã dos 80 e 90. Frequentou os ateliês dos artistas Osmar Pinheiro e Carlos Fajardo e teve uma significativa experiência na residência que fez em Salzburg, na Áustria, em 2018.


IMMIGRATI & EINWANDERER

No ano dos 150 anos da imigração italiana no Brasil e os 200 anos da imigração alemã no Rio Grande do Sul, o Farol Santander Porto Alegre abre na quarta (10/4) a exposição Artefatos do Sul: Legados da Imigração Alemã e Italiana. A mostra convida o público a uma viagem pela cultura dos imigrantes por meio de 950 obras, com materiais e técnicas diversas, produzidas desde a segunda metade do século 19 até as primeiras décadas do século 20. A mostra fica em cartaz no térreo do Grande Hall até o dia 23 de junho. Com curadoria da historiadora de design Adélia Borges, os objetos foram selecionados a partir de um acervo de cerca de 6.500 itens da coleção Azevedo Moura, reunidos ao longo de cinco décadas nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. São objetos autênticos, lembranças e técnicas de seus locais de origem e sua recriação em terras brasileiras, com condições e materiais disponíveis na época.


AMAZÔNIAS NO LING

Bárbara Savannah abre a programação do Ling Apresenta: Amazônias, no tremor das vidas. Em 2024 são artistas do Norte do Brasil que farão intervenções inéditas em Porto Alegre. A paraense é a primeira de quatro artistas nortistas a criar um novo trabalho na parede de entrada do centro cultural de 8 a 12 de abril. Quem passar por lá vai acompanhar o processo de Bárbara em tempo real. Ela tem se dedicado a transmitir e desfragmentar elementos da cultura popular amazônica, trazendo a temática ribeirinha para o cenário urbano. A experiência será comentada no sábado (13/4), às 11h, em um bate-papo aberto ao público entre ela e a curadora Vânia Leal (também curadora da 1a Bienal das Amazônias). O mural poderá ser visitado até 8 de junho. Será apagado para receber outros artistas que têm a Amazônia como centro de preocupação da humanidade. É a terceira edição do projeto que convida artistas de regiões diferentes do Brasil a realizarem intervenções inéditas. Em 2022, a jornalista e curadora Luísa Kiefer reuniu os gaúchos Bruno Tamboreno, Fernanda Gassen, Gustavo Assarian e Talita Hoffmann na 1a edição. Intérprete de Libras podem ser solicitadas no e-mail instituto.ling@institutoling.org.br.


GALERIA PROJETO VÊNUS

Aliás, localizado na Travessa Dona Paula, em duas casas do final da década de 40 para abrigar operários que trabalhavam na construção do bairro paulistano de Higienópolis, o Projeto Vênus nasceu para oxigenar a nova geração de artistas e atrair os olhares do cenário nacional. Para Sardenberg, que é curador e proprietário da galeria, é uma geração muito potente e que ainda não foi absorvida pelo mercado. Alguns já participaram de coletivas e muitos já têm produção prontas para individuais. A Travessa Dona Paula é uma vilinha que fica atrás do Cemitério da Consolação. Além de ser um pólo de arte contemporânea, com galerias e ateliês de artistas, reúne, ainda, cafés, padaria, e espaço de coworking em casas tombadas.


BEATLES NA FITA

Grupo que aproxima as canções do Quarteto de Liverpool da música clássica, o Beatles em Concerto realiza as primeiras oficinas do projeto educativo Musicando para o Futuro. A iniciativa une música, literatura, criatividade e educação para capacitar, gratuitamente, educadores da rede pública de ensino do Estado e estreia nos dias 8, 15, 22 e 29 de abril, na Secretaria Municipal de Educação de Guaíba, exclusiva para professores da cidade. Os encontros duram cinco horas e são ministrados pela Mestre em Educação Musical pela UFRGS Nisiane Franklin. A escritora Paula Taitelbaum escreveu um livro infantil inspirado na história de John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr, que é ponto de partida para as oficinas educativas. Os Quatro Besourinhos de Piscinópolis é uma publicação toda rimada, com ilustrações de Jonathas Martins, que conta a história de quatro crianças – cada uma inspirada em um Beatle – empenhadas em criar um concerto para angariar fundos e consertar a cidade em que vivem. No encerramento, uma apresentação do Beatles em Concerto para a comunidade escolar com o grupo formado pelo flautista Ayres Potthoff, o violonista Daniel Wolff e o violoncelista Rodrigo Alquati. A ideia é circular por outros municípios gaúchos nos próximos meses.


APRENDENDO ARTE

Além das atividades de Pintura para Crianças e Adolescentes com Kelly Martinez, aos sábados e a Oficina de Pintura Acrílica e Aquarela com Stella C. Courtes, as quartas, que seguem ao longo de 2024, a Gravura Galeria de Arte oferece em abril outros cursos para quem quer aprimorar conhecimentos e habilidades artísticas. A Oficina de Criatividade para Crianças e Adolescentes é sempre as sextas-feiras com Paula Giacobbo. A designer Renata Rubim ministra a oficina Design para artistas: arte aplicada nas próximas três quintas-feiras (11, 18 e 25 de abril). Comandado pela historiadora da arte Ana Zavadil, o Grupo de Estudos em Arte Contemporânea abordará prática e teoria e será quinzenal até novembro e começa nesta quarta-feira (10/4). Mais informações no gravura@gravuragaleria.com.br e no www.gravuragaleria.com.br.

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O Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS) tem visitas mediadas em Libras para atender ao público surdo ou com deficiência auditiva. Conduzidas pela pedagoga e intérprete Vânia Rosa da Silva, as mediações serão mensais, nos próximos 3 de maio, 7 de junho e 5 de julho, 2 de agosto e outra durante a Semana Estadual da Pessoa com Deficiência, no mesmo mês.


A Secretaria de Inovação de Gramado convida para a 12ª edição da feira Feito em Gramado. O evento será nos pavilhões do Expogramado, realizado com a 33ª Festa da Colônia, de 25 de abril a 12 de maio com expositores, apresentações musicais, intervenções artísticas e oficinas.


O LabMultipalco promove em abril duas oficinas voltadas para a criação e desenvolvimento de projetos nas artes cênicas. A ministrada por Felipe de Assis é de 8 a 11 de abril e chama-se “Planejamento de Carreira – Estratégias para Organizar Desejos e Circular Trabalhos em Contextos Nacionais e Internacionais”. Nos dias 15 e 16 de abril, será realizada a oficina “Fundamentos em Iluminação Cênica”, ministrada por Nara Lúcia Mara. Ambas no Complexo Multipalco do Theatro São Pedro.


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