EMÍLIO PAPALÉO ZIN

Advogado por 22 anos, professor do Direito do Trabalho em diferentes universidades e cursos por outros 10, Emílio Papaléo Zin é madrugador, nada diariamente na ALJ e também foi dirigente do Sport Club Internacional, clube do coração do qual não perde um jogo, habitualmente faz palestras em congressos e seminários, e, desde 2009, atua como Desembargador Federal do Trabalho no TRT da 4ª Região. Ele vai lançar no próximo dia 18 de março no restaurante Asiana seu segundo livro de crônicas, Depois dos Porquês que eu lisonjeadamente tive a honra de assinar o prefácio. De papo fácil, divertido, opinativo, eclético, dono de um círculo imenso de amigos, Emílio mostra em seus textos o motivo de ser tão querido e autêntico: ele escreve com coragem, simplicidade e graça sobre todos (e são muitos) assuntos que palpitam sua inspiração e sensibilidade. Voa Emílio!

Defina-se se puder…

Numa palavra, sou um cara inquieto. Durmo pouco e acordo cedo. Minha cabeça não para um minuto. Sempre planejando algo, seja o que for. Não deixo um problema sem solução. Mesmo que seja a errada.

Você prefere perder todas as suas memórias antigas ou nunca mais ser capaz de fazer novas? Por que?

Naquela linha de “quem não conhece a história, está condenado a repetí-la”, prefiro ficar com as antigas. Tenho uma impressão de que as melhores coisas, em quase todas as áreas, já foram feitas.

Como despertou para escrita? E como tem sido essa relação… Como consegue produzir tanto com todas as outras atividades?

Hoje prefiro o “silêncio das manhãs” do que a “calada da noite”. Nem sempre foi assim. Me sinto vivo quando acordo, já inquieto, para começar o dia. A paz encontro num bom livro ou num bom filme. Estatelado na minha poltrona reclinável, que, carinhosamente, chamo de “Marrom”. Em homenagem à Alcione.

Qual a diferença entre se apaixonar e estar apaixonado?

Se apaixonar é nadar num mar com ondas. Estar apaixonado é deslizar num rio límpido.

Se aprendemos com nossos erros, por que sempre temos tanto medo de errar?

Errar é fundamental. Por isso que se diz ser da natureza humana. Por isso não tenho medo de errar. O perigo real está em nunca ter tentado ou de ter compromisso com o próprio erro.

GLORIA CORBETTA

A escultora e designer de joias porto-alegrense é graduada pelo Curso Superior de Design de Joias da Ulbra e cursou de 2007 a 2011 a Gemological Institute of America (GIA). Puro charme e estilo, Gloria Corbetta tem no currículo dezenas de exposições no Brasil e Exterior. Presidiu de 1991 a 1994 a Comissão de Arte do Conselho Estadual de Cultura do Rio Grande do Sul. Artista e designer premiada, em 2020 completou 43 anos de arte dedicada a escultura. Durante esses anos dedicados à arte tridimensional, também se destaca como designer de joias, com seu estilo próprio e único, nitidamente escultórico. Pergunto para ela se o destino existe? Ela responde que sim e encerra, certeira: “Porém faço uma ressalva; a vida é como a arte, você tem que saber traçar a linha certa.” Bravo, Glorinha!

Quando você sentiu que seria artista? Houve alguma resistência na época?

Há três meses me mudei de casa, e apareceu muita coisa, muitas lembranças que precisamos desapegar. Me deparei com blocos de desenhos feitos por mim… Com uns 6 anos, lembro de estar com sarampo e ganhar da minha mãe um material de desenho porque ela sentia que eu adorava desenhar. Ela era restauradora e fez Belas Artes, nossa família vivenciava a arte de perto. Aos 15 anos, fomos morar no Rio, pelo trabalho do meu pai e eu me inscrevi na Escola do Parque Lage e adorei! Ano passado visitei o Parque Lage e me emocionei… Meu pai era prático e achava a profissão de artista difícil. Entrei na Comunicação Social e com 38 anos fiz Design de Jóias. Como todo o artista, olho o mundo de uma forma diferente, mais contemplativa, percebo mais detalhes.

O que te inspira para criar? Algum ritual…

Hoje o artista é um empresário de si mesmo. O artista 100% contemplativo, que criava quando se sentia inspirado, não existe mais. O processo criativo é extenuante, exige de quem cria, muita pesquisa, esforço e, acima de tudo, liberdade para criar aquilo que acreditas – e não o que está na moda no momento. Quando trabalho por encomenda, pesquiso muito e “entro” na cabeça do cliente que tem outro universo e, que, às vezes imagina algo diferente. Quando crio para mim tenho liberdade de fazer o que quero. Às vezes sei que não vai vender, mas se me dá prazer, vou fundo, acredito e tudo fica mais leve. Claro que enfrento outros problemas, dependendo do que “invento” e faz parte do processo.

Quando a arte foi curadora e essencial na tua vida?

O artista coloca a sua alma no seu trabalho, o seu interior, suas vivências. Passei por momentos difíceis na minha vida, quando perdi minha filha Vitória, com certeza a maior dor que um ser humano possa passar. Passei dois anos sem poder criar, ler… Nada me interessava. Até que veio a fase de “grandes figuras”, que eram pessoas comuns, em cenas do cotidiano, representadas por suas roupas. Refleti como nossas roupas e objetos materiais perduram mais que nós, os humanos. Muitas vezes não estamos mais aqui, mas nossas roupas e objetos, estão. E seguem sendo usados por gerações e gerações… Acredito que nossa essência não termina, fiquei espiritualizada depois do que aconteceu comigo e sei que a energia (alma) não morre nunca. A exposição das grandes figuras foi uma catarse, e voltei a criar. Coloquei para fora o que me angustiava.

O que está planejando e criando para 2024?

Estou criando novas peças em grafite de vestuário, gosto de criar algumas peças de roupas conceito para diversificar os produtos do site… Uma nova coleção de joias (Art wear) em aço inox para uma exposição em NY em novembro e peças regionalistas (tenho uma linha no showroom só dedicada ao nosso folclore). Estou sempre inventando produtos novos, e pensando em novidades para o meu site, além de trabalhar muito por encomenda, diretamente para empresas.

Artistas e pessoas que te inspiram?

Uma artista, estilista, quase uma escultora, que sou enlouquecida, é a Iris Van Herpen. Com tecidos e muita tecnologia, coloca na passarela verdadeiras esculturas vestíveis. Meu grande sonho de consumo, vestir um vestido dela! Isso me faz rir: onde eu iria com ele? Me contento em segui-la nas redes sociais…

NOTAS DA SEMANA

A POETA DO AGORA

Paola Deodoro revelou que fez uma das entrevistas mais especiais da carreira. A capa da Marie Claire comemorativa ao Dia da Mulher foi a escritora Conceição Evaristo, uma das autoras brasileiras mais importantes da atualidade. Passou pelas durezas da vida, criou uma filha especial sozinha e o próprio método de contar histórias: a escrevivência. Uma marca da sua obra é o talento para descrever situações difíceis com doçura. Premiada, aos 77 anos recebeu muitas homenagens nesse Dia da Mulher e tomou posse no dia 8 como primeira negra a integrar a Academia Mineira de Letras (AML). Também é a primeira negra cotada para a Academia Brasileira de Letras. Sua delicadeza de ver o lado bom da vida para transformar realidades tem um jeitinho muito brasileiro de ser. Já nas bancas!


SABORES DE BÁRBARA

A publicitária Barbara Gomez se apaixonou pela gastronomia há 10 anos, com o “Receitas da Mãe Barbara”. Na pandemia, passou pela Padoca do Mani, onde criou o selo Cura Vegana. Após, comandou a cozinha de um cruzeiro vegano pela Amazônia durante um mês. Mãe de três meninos, ao fim do casamento de 23 anos, voltou de São Paulo para Porto Alegre. Filha de pai bageense e mãe do Belém do Pará, Barbara nasceu em Floripa e cresceu na capital gaúcha. Nos Pampas, desembarcou direto no Sabor de Luna para uma consultoria de 1 mês que durou 5 e resultou numa gostosa e prática linha de antepastos e sopas que leva seu nome. O mais recente desafio foi uma saborosa visita ao jardim das delícias asiática: o Nuh. Contribuiu com uma novidade para 2024: a Moqueca Asian Style (versão da moqueca de camarão com leite de coco artesanal e farofa crocante de banana da terra). Acompanha uma terrine de arroz Basmati com coco natural, que na opinião de Edu Sehn foi um “golaço da chef”. Quero provar.


SUPERMANI

Tem marca paulista com DNA gaúcho que não para de crescer e aguçar os paladares mais exigentes e descolados de São Paulo. Fernanda Lima, Giovana Baggio, Helena Rizzo e Pedro Paulo Diniz abriram há 45 dias a Padoca do Itaim na Rua da Mata, onde Fernanda e Helena moraram (quase adolescentes) quando saíram de Porto Alegre. Além do Mani, da Casa Manioca, que é um espaço para eventos, e do restaurante Manioca no Shopping Iguatemi, a marca também opera a Padoca do Mani da Joaquim Antunes e a Padoca do Mani do Iguatemi. Em outubro está abrindo um Restaurante Manioca no Shopping JK, com um cardápio mais na brasa, e uma pegada um pouco diferente. Helena começa logo mais as gravações da nova temporada do Master Chef na Band. Porto Alegre não vê a hora de ganhar um Mani pra chamar de seu. Dale gurias!


LIVROS DE ARTISTA

Está marcado para o próximo sábado, (16/3) às 16h, mais uma edição da Conversa com Artista na Fundação Iberê Camargo. O bate-papo será entre o artista Waltercio Caldas e o curador Felipe Scovino sobre as sete obras de Caldas presentes na exposição Narrativas em Processo: Livros de Artista na Coleção Itaú Cultural, em cartaz até 31 de março na FIC. No final a conversa é aberta às perguntas do público. Eles vão explorar os processos de produção dos livros Simétrica (1995), O Livro Velázquez (1996), Momento de Fronteira (1999), Estudo sobre a Vontade 1975 (2000), De Arte (2001), Outra Fábula (2009) e Como Imprimir Sombras (2012), todos de autoria de Caldas, que é o artista mais bem representado nesse recorte de livros de artista da exposição. Por isso, haverá uma mesa focada na fala dele sobre esses trabalhos e a relação com a suas outras obras.


ENA INSPIRADORA

A maravilhosa artista visual Ena Lautert recebeu homenagem póstuma no Dia da Mulher, na Universidade Autônoma de Sinaloa, do México. Dona Ena, como era conhecida no meio das artes gaúchas, faleceu aos 99 anos no último dia 25, – ela faria 100 anos no 16 de março, será homenageada na exposição Una mirada al mundo de la mujer, que reúne artistas de 11 países. A representante do Brasil é Clara Pechansky. Ena foi uma das pioneiras na prática de hatha yoga no Estado e uma mulher inspiradora.


Vinte anos depois de ter implantado o mais luxuoso condomínio de Gramado, o Aspen Mountain, repleto de natureza em seu interior, Fábio Sclovsky, da Melnick Arcadia Urbanismo já tomou a decisão de investir pesado novamente na cidade queridinha da Serra Gaúcha.


Entra em cartaz no próximo dia 22 e poderá ser visitada até 9 de junho a mostra Mário de Andrade: duas vidas, no mezanino do 1o subsolo do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, com curadoria de Regina Teixeira de Barros, que também é curadora coordenadora do MASP. A exposição reúne pinturas, desenhos, gravuras, esculturas e fotografias da coleção pessoal do intelectual brasileiro.


Estreia dia 23 de março a nova matinê madura do pedaço: Baila Comigo, a festa 50+ será no Ocidente, com Katia Sumam nas picapes. Um sábado por mês, sempre das 19h às 23h. A comunicadora já realiza há 25 anos o Sarau Elétrico às terças no casarão da João Telles e na que antecede a festa, (19/3), às 20h30min, o Sarau terá a edição Os cinquentões que embalam nossa literatura.


Especialista em harmonização orofacial e ortodontista, Fernanda Saffer recebe amigas e clientes no próximo dia 13, das 14h às 20h, para Happy Xperience. Apareça para uma avaliação e receba uma máscara facial.

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