No décimo terceiro dia do ano de 1931 nascia Anna Zoe Alves da Silveira. Assim como ela, personalidades tão distintas como o ator James Dean, o ex-presidente soviético Mikhail Gorbachev e o cantor Cauby Peixoto também surgiram neste planeta ao longo dos 365 dias deste mesmo ano. Quando Zoe comemorou seu primeiro aniversário, as mulheres conquistaram oficialmente o direito a voto no país. Nos anos 30, o mundo ainda sofria com os abalos econômicos da crise de 1929. Não por acaso, esse período foi marcado por conflitos e a ascensão de regimes totalitários no mundo. No final da década, enquanto Hitler invadia a Polônia e iniciava a Segunda Guerra Mundial, os brasileiros viveram a ditadura do Estado Novo com Getúlio Vargas.
Na infância, Anna Zoe viveu as consequências da Segunda Guerra Mundial. Na vida adulta passou por outras guerras, muitas crises econômicas, moedas diferentes no país e desmandos políticos de diversas siglas. Experimentou tecnologias que foram do telefone de manivela com telefonista à comunicação rápida do whatsapp. Do alto dos seus 92 anos de idade mantém uma rotina intensa de atividades de dar inveja a muitos, cercada da família e amigos. Dirige seu carro com a mesma destreza que transita pela sua vida. Gosta de palavras cruzadas, de jogo de freecell no computador, de minisséries policiais, de rezar o terço, de estar sempre impecável de batom e colar, de cuidar do seu jardim. Escreve religiosamente uma crônica por semana para o jornal A Gazeta de Caçapava.
Contrariando aqueles que acham que pessoas em idade madura se aposentaram do pensar, ela segue firme mostrando para seus leitores uma linha crítica sem perder a esperança de dias melhores no final de cada história.
Nesta quarta, dia 9, das 16h às 18h, Anna Zoe lança em Porto Alegre seu quarto livro produzido pela Editora Essência, no Bistrô Dom Caffelone, localizado na Avenida Iguassu, 418, no Bairro Petrópolis. Editada por mim, Liège Alves, a obra de 116 páginas tem a assinatura de Geraldine Timm no projeto gráfico. Os textos apresentam o olhar de uma cidadã sobre as mudanças do cotidiano, as dificuldades, alterações de comportamento e atitudes em um momento de incerteza da nossa sociedade.
As crônicas mostram a pandemia desde o início, com as dificuldades do então governo no gerenciamento da crise sanitária e seus reflexos para a população, mas trazem também as cicatrizes que a Covid-19 deixou de herança e convida os leitores a refletirem sobre fatos da história brasileira que vão muito além da política de siglas de partido. Na visão da autora, questões institucionalizadas e já consolidadas do comportamento do brasileiro merecem ser repensadas. E essa verdadeira revolução passa pela valorização dos professores e da Educação, chave para a mudança real na situação do país.

Por Liège Alves, jornalista, terapeuta floral e mestre em rakiram.

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