Referência em educação no Brasil, a pesquisadora Esther Grossi foi escolhida para ser a madrinha do 24º Porto Alegre Em Cena. À convite de Fernando Zugno, coordenador-geral do evento, ela será homenageada nesta edição que movimentará a capital gaúcha entre os dias 12 e 24 de setembro. “Neste ano em que colocamos as mulheres no primeiro plano do Porto Alegre Em Cena, nós todos merecemos tê-la como madrinha. Esther é uma grande referência de mulher, principalmente nas áreas de cultura e educação. Escolhemos homenageá-la não somente pelo trabalho que ela vem desenvolvendo há tantos anos nessas áreas, mas também pela participação dela, sempre muito ativa, em todos esses anos de festival, recebendo grupos e convidados em sua casa e contribuindo com o evento das mais diversas maneiras”, comenta Zugno.

“Adoro o Porto Alegre Em Cena, desde que ele nasceu. Já aconteceu de, num só dia, eu ir a três dos seus espetáculos. Sou professora, até minhas entranhas, e sei que não se constrói conhecimento sem a riqueza da arte e da cultura, tanto que na proposta didática pós-construtivista, há um tipo de aula que é uma atividade cultural“, completa Esther.

Esther Grossi (Marcos Coser)
Esther Grossi (Marcos Coser)

Esther Pillar Grossi nasceu em 24 de abril de 1936 em Santa Maria. Estudou na Escola Normal Olavo Bilac, de sua cidade-natal. Em 1955, veio para Porto Alegre estudar Matemática, em cujo campo mais tarde fez mestrado na Sorbonne, na França. Entrou na rede estadual de ensino como professora de matemática, e logo passou a atuar como orientadora dos professores em Didática da Matemática, a partir do contato com o movimento de matemática moderna, inspirando-se em Zoltan Dienes, Papy e outros. Após o mestrado, nos anos 1970, voltou ao Brasil, e fundou o Geempa, atual Grupo de Estudos sobre Educação, Metodologia de Pesquisa e Ação, onde realiza inúmeras pesquisas sobre questões do ensino e da aprendizagem.

Em 1985, Esther concluiu o doutorado em Psicologia da Inteligência na Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais, na Universidade de Paris. De 1989 a 1992, foi secretária de Educação de Porto Alegre, quando a cidade foi considerada pelo Unicef como tendo uma das experiências mais bem sucedidas em redes municipais. Foi deputada federal de 1995 a 2002, atuando prioritariamente na área da educação. Apaixonada em todas as dimensões de sua vida, ela pinta seus cabelos de várias cores, afirmando que é mais fácil ter coragem de mudar a cor dos cabelos, do que mudar educação e política, tarefa na qual está profundamente engajada.

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