Uma pilha de livros é o que tenho pela frente. Minha megalomaníaca voracidade por ler, me colocou numa encrenca. Comprei quatro edições tijolonas: Crime e Castigo (que comecei há alguns anos e agora vou terminar), Anna Kariênina (uma lacuna na minha vida), a biografia de Lima Barreto escrita pela Lilia Schwarcz (tenho muito apreço por conhecer detalhes da trajetória deste escritor que, como eu, foi internado em diversas instituições psiquiátricas) e Uma história natural da curiosidade do Alberto Manguel (a curiosidade por ler este livro do gênio argentino me matou).

Mas comecei por três livros menores (em tamanho, é claro): Se um viajante numa noite de inverno (outra lacuna no meu inventário), do Italo Calvino; Haxixe do Benjamin (este já lido na última semana e devidamente empacotado para devolver a minha amiga Margarida que, gentilmente, me emprestou para eu dar uma baforada, embora já tenha provado da erva e não achado nada demais) e a surpresa da lista: Uma noite na livraria Morisaka, de Satoshi Yagisawa. 

Este último, recém traduzido para o português e publicado pela Bertrand Brasil, conta a história de uma jovem que tem um tio dono de uma livraria em Tóquio. O lugar fica num bairro tradicional da capital do Japão recheado de estabelecimentos que têm o livro como negócio, o Jinbôshô. Por ali circulam personagens amantes de leitura, idiossincráticos e a sobrinha ao falar do que está lendo dá uma aula de literatura oriental para quem quiser mergulhar nas páginas de Uma noite….  Pois veja só, meu caro irmão leitor destas mal traçadas linhas, haja olhos para tantas páginas. Mas vou vencê-las e ser vencida por elas num movimento pendular de curiosa para cúmplice das histórias escritas por estes maravilhosos autores.

Susana Vernieri, jornalista, poeta e escritora

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