Por Cristie Boff, artista visual
O Palazzo Strozzi apresenta Tracey Emin, Sexo e Solidão, a primeira e maior exposição institucional na Itália dedicada a uma das artistas mais importantes e influentes do cenário contemporâneo internacional. A belíssima mostra poderá ser visitada até dia 20 de julho.
Por meio de mais de sessenta obras históricas e novas, a exposição oferece um encontro íntimo com a arte de Emin, explorando dois aspectos centrais de sua pesquisa: o corpo e a sexualidade de um lado, a solidão e a vulnerabilidade do outro. Usando pintura, escultura, desenho, vídeo, bordado e fotografia, a artista aborda esses temas com uma linguagem direta e explícita, sempre transformando experiências pessoais em metáforas existenciais. O passeio entre as obras da artista inglesa flerta com a aflição, o erotismo e o afeto sem impor hierarquia. Nascida em 3 de julho de 1963, Tracey transita pelos diferentes tipos de repertório artístico do desenho, pintura, escultura, cinema fotografia, texto em neon e apliques de tecido. Durante os anos 1980, foi considerada a “enfant terrible” dos Young British Artists.
A exposição abre no pátio renascentista com I Follow You To The End (2024), uma grande escultura de bronze de uma figura feminina nua, dominando o espaço em um poderoso equilíbrio entre monumentalidade e intimidade. Um elemento-chave da mostra é a pintura, por meio da qual Emin trabalha a figura humana, equilibrando figuração e abstração. Tocando, refletindo e fazendo perguntas silenciosas.
A exposição é ainda mais enriquecida por obras que mostram o uso característico da linguagem de Emin, como seus neons replicando sua própria caligrafia.
Tracey Emin nos guia em uma exploração íntima do eu, criando uma interação poderosa entre arte e vida, refletindo sobre a fragilidade e intensidade da condição humana.
”Quero que as pessoas sintam algo quando olharem para o meu trabalho. Quero que elas se sintam. Essa é a coisa mais importante.”
Dale Tracey Emin!
Por Cristie Boff, artista, Florença
- Cristie foi colunista de todas as 27 edições da Revista Bá quando ela ainda era publicada em formato impresso. Como a boa filha a casa torna, estamos muito felizes em ter novamente o olhar atento da porto-alegrense radicada em Florença para o universo e o cenário da arte contemporânea especialmente na Europa