Natal e final de ano se aproximam, me parece que esse ano passou mais rápido. Ainda em outubro, quando ví a primeira decoração de Natal numa vitrine, me dei conta disso.

O tempo é mesmo relativo, para mim, passou rápido, talvez para você, não. Em novembro, conversei com minha mãe como organizaríamos o nosso encontro familiar de Natal e Reveillon. Ela me disse: “parece que foi ontem que fizemos a decoração de Natal do ano passado, né”? Pelo jeito passou rápido para ela também.

Em pouco tempo, pensamos no cardápio, em casa de mãe italiana esse assunto de comes e bebes é bem agilizado. Quando pensamos em quem nos ajudaria com a louça, fiquei pensando mais sobre isso. Quem vai lavar a louça?

Outro dia, ouvindo um episódio do Podcast “Tantos Tempos”, com a escritora Noemi Jaffe, ela lançou essa pergunta para um grupo de mulheres: “Se vocês pudessem fazer uma pergunta para o mundo, que pergunta vocês fariam? E as perguntas mais recorrentes foram essas:

O que eu faço com a louça? Por que só eu que lavo a louça? Por que a louça é uma coisa que parece nunca acabar? Com que sonha essa mulher que lava a louça? Será que essa mulher que trabalha muito e ainda em casa se ocupa da louça, será que ela ainda sonha?

Por que ainda contamos com pouca colaboração nos assuntos da rotina do dia a dia? Conversando com uma amiga sobre isso, ela me contou que quando seu marido lava a louça, é como se a sua libido ativasse, pois ela descansa. A queixa das mulheres e das mães é recorrente em relação a carga mental e ao cansaço da rotina. Na minha experiência com pais, quando conversamos juntos sobre isso, se queixam que as mulheres, as mães, deveriam pedir mais ajuda. Fico pensando na responsabilidade das mães, dos pais em criarem suas crianças, principalmente os meninos, a serem participantes, não apenas colaborativos, desde pequenos. Se queremos parceiros que “peguem junto”, precisamos sim, pedir, conversar. Sem conversa, fica pior, distante, a conexão falha.

Trago a reflexão, tenho feito um exercício comigo, pois, às vezes, sem querer, aindo escorrego, aliviando meu filho de tarefas que poderiam me aliviar. Penso que os filhos e nós, mães, talvez precisamos, às vezes, rever as relações, recombinar as bases,  ainda mais quando os filhos crescem. Chega um tempo, quando se tornam adultos, que, além de receber, precisam também dar. Faz sentido isso para você?

Desejo à vocês Boas Festas, que entremos num novo ano com mais tempo para descansar e sonhar.

Valesca Karsten

Educadora, fundadora e diretora da Escola de Educação Infantil Caracol, em Porto Alegre. Curadora de arte para a infância e realizadora do podcast PodeMãe.

@valesca.karsten

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