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Fernanda Maisonnave Travel Co. te leva! #2

#2 Destino: Salar Uyuni

Cruzar o maior deserto de sal do mundo pode soar como uma jornada árdua, quase inóspita. E de fato, é — em partes. Mas, graças à estrutura impecável do Explora e à segurança dos guias experientes que nos acompanharam, minha travessia do Salar de Uyuni, no mês passado, foi, acima de tudo, uma experiência de conforto, deslumbramento e imersão absoluta na natureza.

Aclimatação: o Atacama como ponto de partida

Para quem, como eu, não nasceu a mais de 4.000 metros de altitude, o primeiro desafio não é a vastidão branca do salar, mas o ar rarefeito. Por isso, antes de iniciar a travessia, passamos três dias no Atacama, no Chile. Um tempo precioso para o corpo se adaptar e, sem falar, que é sempre um deleite as atividades por esta região: das termas de Puritama ao céu estrelado!

Dia 1 — 4.500 metros e o impacto do vazio

O primeiro dia foi um choque — não apenas pela altitude de 4.500 metros, mas pela aridez absoluta. Pedra, poeira, lagoas secas e o silêncio cortante dos Andes. Aqui, praticamente não se vê vida. Poucos animais ousam habitar tamanha altitude. Mas há uma beleza bruta nesse vazio. O céu, sempre protagonista, parece ainda mais próximo, e o terreno, árido e quase lunar, hipnotiza.

Felizmente, os Land Cruisers confortáveis, preparados para o terreno extremo, e a tranquilidade transmitida pelos guias nos deram a confiança necessária para apenas apreciar — sem preocupação — o cenário quase surreal.

Passamos a noite no aconchego do Lodge Ramaditas (4200m).

Dia 2 — 3.800 metros, vida e cores

Descemos um pouco, e o corpo agradeceu. A 3.800 metros, o ar já parece mais generoso, e a paisagem se transforma. Vicunhas surgem pelo caminho, elegantes e desconfiadas. Flamingos — muitos — pintam de rosa as lagoas que refletem o céu. É um espetáculo mais delicado, que contrasta com a aspereza do dia anterior.

No meio de muitos cactus enormes, o Lodge Chituca nos esperava pra mais uma noite quentinha e com comidinha preparadas com carinho.

Dia 3 — O Salar e o espelho do céu

No terceiro dia, o auge: chegamos à borda do Salar de Uyuni. Tivemos a sorte de encontrar ainda um pouco de água, resquício das chuvas que, este ano, se estenderam até o fim de abril. O resultado? Um espelho natural de 12.000 km² que reflete o céu e as montanhas de maneira quase inacreditável.

A sensação é de caminhar sobre o céu. Branco, azul e infinito.

O terceiro lodge, em Jirira, é um capítulo à parte. Cravado no alto de uma escarpa, aos pés do vulcão Thunupa, oferece uma vista arrebatadora. Ali, entre atividades como trekking, bicicleta e birdwatching, ou simplesmente curtindo um livro e uma boa música com aquela paisagem cinematográfica ao fundo, entendi que essa travessia não é apenas sobre o deserto de sal — é sobre a imensidão, o silêncio e o privilégio de estar ali.

Como se não bastasse, ainda tivemos o privilégio de celebrar o nascer do sol no primeiro dia do ano 5533 do calendário andino, em 21 de junho. Um amanhecer inesquecível, carregado de simbolismo, em um dos cenários mais extraordinários que eu já presenciei.

O que torna essa travessia ainda mais especial é o equilíbrio perfeito entre aventura e conforto. Os lodges do Explora são refúgios de aconchego em meio ao isolamento. A comida, o atendimento e o cuidado com cada detalhe fazem com que, mesmo a milhares de metros de altitude e longe de tudo, a gente se sinta em casa.

Fernanda Maisonnave

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